sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Voar, voar...



Além do dom supremo de voar...
essas safiras vivas ainda veêm mais

Quando li isso, não pude deixar de sorrir..
"que metáfora perfeita também.."

Se nosso exílio do encantado, do mágico, do transcendente
acabasse enfim, seríamos como os pássaros.
Voariámos para as regiões mais adcionais da experiência e
Veríamos finalmente..
face a face...

Eu sou a vida, Estou humana.

Para os que concordam que já não há uma verdade, mas sim uma erupção de verdades saindo dos vários solos do pensamento, para esses espíritos livres, falar sobre a VIDA apenas sob o olhar inquistivo dos austeros conventículos do saber é uma perda para a própria vida.

Eu fiz então o que eles secretamente sugeriram: me embriaguei, bebi o vinho dessa experiência até a última de suas gotas mágicas e algo se recuperou dentro do meu coração. Eu vi a vida e ela bradou o grito eterno dos demiurgos:

-Sou eu que te vejo
ao ver-te me vejo
e ao me ver te faço!

E minha alma se cristalizou com a certeza da vida. Ela, vida, está em tudo, ela é a verdadeira e real e imortal força cósmica. Meu corpo será entregue ao sono da Terra dentro de algumas décadas. Mas a vida continuará muito tempo depois que o último dos meus descendentes também tenha descido ao pó.
Porque eu sou só uma vontade, um pedaço de destino, breve lágrima luminosa entre duas eternidades., mas a vida, ah! ela perfaz, impregna, preenche, move e nas labaredas de seus lampejos segue prevalecendo contra as patéticas e débeis tentativas humanas de adoeçê-la...
Então eu fiz Leonardo todo silêncio e eu disse para ele:
-Eu sou a vida e estou humana, estou réptil, estou ave, turbilhão aquático, e estou também Leonardo.



quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Requiém para as luzes


"Os palácios majestosos, as torres que se elevam até as nuvens, o próprio mundo com tudo que nele há de mais admirável há de se esfumaçar no tempo sem deixar sequer vestígios..."(A Tempestade - Shakespeare)

Recuso a idéia de que a modernidade, essa "calamidade triunfal", se deva à uma deformação do bem-intencionado impulso inicial do iluminismo. Ainda que toda Terra estivesse sob os bons auspícios de uma modernidade coerente com seu pré-projeto, o homem oco continuaria a ser produzido em série pela demiurgia "esclarecida". Isso por causa de uma lepra do pensamento que é criticada em fio vermelho na DE: o dualismo antropológico.Esse maldito vício intelectual que separa alma/corpo, sujeito/objeto, homem/mundo. Por isso TUDO, mas TUDO mesmo, que foi construído sob essa base ontológica deve desaparecer, inclusive nossa tão querida tecnologia que comprimiu o mundo e espremeu nossa capacidade de viver em natureza, nossos prédios de apartamentos que mais parecem tocas de vermes, nossas universidades, fábrica de administradores e Cassandras da modernidade.
Ou jogamos essa "Welstanchauung" no lixo por inteira antes que a própria se encarregue disso com todos nós juntos.