quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Requiém para as luzes


"Os palácios majestosos, as torres que se elevam até as nuvens, o próprio mundo com tudo que nele há de mais admirável há de se esfumaçar no tempo sem deixar sequer vestígios..."(A Tempestade - Shakespeare)

Recuso a idéia de que a modernidade, essa "calamidade triunfal", se deva à uma deformação do bem-intencionado impulso inicial do iluminismo. Ainda que toda Terra estivesse sob os bons auspícios de uma modernidade coerente com seu pré-projeto, o homem oco continuaria a ser produzido em série pela demiurgia "esclarecida". Isso por causa de uma lepra do pensamento que é criticada em fio vermelho na DE: o dualismo antropológico.Esse maldito vício intelectual que separa alma/corpo, sujeito/objeto, homem/mundo. Por isso TUDO, mas TUDO mesmo, que foi construído sob essa base ontológica deve desaparecer, inclusive nossa tão querida tecnologia que comprimiu o mundo e espremeu nossa capacidade de viver em natureza, nossos prédios de apartamentos que mais parecem tocas de vermes, nossas universidades, fábrica de administradores e Cassandras da modernidade.
Ou jogamos essa "Welstanchauung" no lixo por inteira antes que a própria se encarregue disso com todos nós juntos.

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